

A Câmara de BH (Avenida dos Andradas, 3.100 – Bairro Santa Efigênia) sedia, nesta quarta-feira (13), uma reunião extraordinária para debater a devastação ambiental da área que abrigava o antigo Clube Lareira, em Venda Nova, no Bairro São João Batista. O encontro será aberto à população e vai acontecer no plenário Helvécio Arantes, dentro do Legislativo municipal, a partir das 19h.
Segundo moradores das ruas próximas, o espaço onde deveria estar instalado um parque, conforme prometido no Plano Urbanístico de 2013, passa por constantes queimadas e devastação do meio ambiente. Vizinhos reclamam da diminuição, inclusive, da fauna local.
A reunião marcada para esta quarta é uma consequência de visita técnica realizada pelo vereador Gilson Reis (PC do B) em agosto deste ano.
Em requerimento, o vereador solicitou a presença de quatro representantes da prefeitura: os secretários de Meio Ambiente, Mário Werneck, e de Política Urbana, Maria Caldas; o superintendente de Desenvolvimento da Capital, Henrique Castilho; e o coordenador da Regional Venda Nova, Humberto Pereira de Abreu Júnior.
Além, é claro, de moradores e líderes comunitários. Entre eles, está Daniele Rodrigues, que vive no Bairro São João Batista.
“Os moradores querem preservação do meio ambiente de lá, porque existem nascentes. É uma área verde. Eles devastaram bastante nesses últimos dois anos, desde quando me mudei pra cá. Diminuíram bastante as árvores e até os passarinhos sumiram um pouco”, conta a proprietária de um imóvel em rua paralela ao antigo Clube Lareira.
Desdobramentos


De acordo com o vereador Gilson Reis, a audiência desta quarta quer definir qual a real destinação da área, isto é, se ela é pública ou privada e qual a finalidade dela.
“No plano diretor, (a prefeitura) incluiu uma operação urbana na qual se destina as duas partes das extremidades para a construção de unidades habitacionais. Setor privado. Mas, isso implicaria na destruição da área verde da região”, explica o parlamentar.
Ainda de acordo com Reis, o objetivo do encontro de quarta também é deliberar quais possíveis alternativas restam à população e ao Legislativo para garantir a preservação da área.
Isto é, se a articulação será política, por meio de mobilização social ou até mesmo por vias judiciais.
Outro lado nega devastação


Na visita técnica de agosto, a reportagem do Jornal Norte Livre ouviu a versão da União Corretora, atual proprietária do imóvel. De acordo com João M. Leite, diretor da empresa, o terreno está dividido em 47 lotes há cerca de cinco décadas e está regularizado junto à PBH.
Além disso, segundo ele, não existe qualquer projeto de edificações para a área e nem definições sobre a continuidade do clube ou o que será feito após as obras na Bacia do Nado.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), inclusive, alugou dois mil metros quadrados no interior do clube para abrigar o próprio escritório e da empresa que executa as intervenções nos córregos Marimbondo e Lareira (Bacia do Nado).
Contudo, a União Corretora continua sendo a responsável pela manutenção e segurança do local.