
No início deste ano, uma guarnição de policiais militares, pertencente ao 49º Batalhão, com abrangência em Venda Nova, Belo Horizonte, atendeu uma ocorrência no Bairro Copacabana que mudaria a vida dos envolvidos: uma família com dependentes químicos passava por situações de conflito.
A guarnição de policiais conheceu Bruna e o companheiro dela, Leonardo. O casal estava agressivo e necessitava de intervenções policiais e médicas. Daquele dia em diante, o diálogo com PM se estreitou.
Os policiais militares que compunham a guarnição, percebendo a lucidez e consciência de Bruna, levaram-na ao Centro de Referência em Saúde Mental Álcool e Drogas (Cersam). Eles a orientaram, buscaram informações sobre a saúde física e mental da garota e prestaram o atendimento preventivo, humanizando a relação com a dependente.
A guarnição estava habituada a atender chamados no mesmo local do Bairro Copacabana. Por isso, se acostumaram a, eventualmente, encontrar a garota nas redondezas.
Em um desses encontros, Bruna falou aos soldados sobre quando faria aniversário e que pretendia fazer uma pequena comemoração. Todavia, não conseguiu cumprir o que disse.
Mesmo assim, a guarnição da polícia militar já tinha planejado uma surpresa para a garota. Eles compraram um bolo de aniversário, lanches e um perfume de presente.
A festa surpresa aconteceu no mês de fevereiro deste ano e, no mesmo dia, foi oferecido a Wilma, cunhada de Bruna, três sugestões de contato de clínicas para internação e tratamento dela e dos outros dependentes químicos: Leonardo e o outro irmão dele.
Um detalhe significativo do encontro foi o lanche agregado ao bolo da festa. Segundo o sargento Vinícius, um dos policiais da guarnição, à época que levaram Bruna ao Cersam, ela estava há cerca de três dias sem se alimentar por causa do vício em crack. Assim, o PM deu à garota o lanche que estava levando para a própria esposa.
Na data do aniversário, o policial teve a delicadeza de levar o mesmo lanche que tanto agradou Bruna. O ato, segundo Wilma, pode ter desencadeado na dependente uma visão própria mais humanizada.
A ação evoluiu, e há dois meses Bruna se internou em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos em Matozinhos, Minas Gerais, e apresenta surpreendente melhora.
O companheiro de Bruna, Leonardo, que tinha aversão ao tratamento, seguiu o exemplo e há cerca de duas semanas também se internou.
De acordo com o 49º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, por meio das redes sociais, “eles se espelharam em Bruna, que apresentou melhora significativa! Uma ação simples que começou com o atendimento de uma simples ocorrência”.
