
Na terça-feira (26), foi recordado o Dia Internacional de Combate às Drogas, escolhido em 1987 pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a data para reunir esforços governamentais na batalha contra o uso nocivo de fármacos, substâncias alucinógenas e entorpecentes. Apesar de figurar em parcela dos veículos de comunicação nas editorias de criminalidade, a Regional Venda Nova não é a que apresentou maiores índices com respeito ao uso de drogas, conforme a “Pesquisa Conhecer e Cuidar”, desenvolvida pelo Centro Regional de Referência em Drogas (CRR), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2015.
Organizada por Frederico Garcia, Michelle Ralil da Costa, Maila de Castro Neves e Humberto Corrêa, o relatório contou com a ajuda de cerca de 200 profissionais das secretarias da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), do Conselho Municipal de Política sobre Drogas (CMPD), da Comissão de Pesquisas e Projetos do Conselho Municipal de Política sobre Drogas, do CRR, representantes da sociedade civil, do poder público municipal, estadual e federal.
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Com base na entrevista de, aproximadamente, oito mil indivíduos e seus familiares, distribuídos pelas nove Regionais de Belo Horizonte, a pesquisa apresentou indicadores para “compreender com maior profundidade a questão do uso/abuso de drogas e o funcionamento da rede assistência à usuários de drogas e seus familiares no município”.
Entre os indicadores estão:
- Prevalência do uso de drogas na vida (número de indivíduos que fizeram uso das drogas avaliadas ao menos uma vez na vida)
- Prevalência de abuso e dependência de drogas
- Fatores de risco para o uso de drogas
- Percurso de exposição ao uso de drogas (média de idade em ocorre o primeiro uso e tempo de uso regular)
- Impacto da dependência química do tabaco
- Padrão de uso de drogas
- Indicadores de assistência (dependentes tratados e serviços e tipos de tratamento oferecidos).
Drogas lícitas (álcool e tabaco)
Álcool

No que se refere ao uso de álcool, Belo Horizonte apresentou menor dependência do que a média nacional, contudo 75% da população já experimentou. Segundo o estudo, na cidade, homens bebem mais do que mulheres e gastam em torno de R$300 mensais no consumo de bebidas, três vezes mais do que o sexo feminino. Com respeito à saúde, os afro-brasileiros (a) e afrodescendentes apresentaram maior frequência de dias de uso e consumo problemático. Além disso, ser solteiro (a) é um fator de risco à experimentação.
Entre os entrevistados, a Regional Venda Nova apresentou 70,7% de prevalência de uso de álcool na vida, enquanto as Regionais Centro-sul (82%), Pampulha (81,2%), Leste (78,2%) e Noroeste (71,8%) tiveram índices superiores. Com menor consumo de álcool do que Venda Nova, ficaram as Regionais Norte (70,5%), Barreiro (69,5%), Oeste (62,7%) e Nordeste (61,8%).

Tabaco

Com respeito ao tabaco, o estudo demonstrou que 40% das pessoas na cidade já experimentaram e 15,3% são tabagistas (uma em cada três pessoas que experimentam o tabaco se tornam dependentes). Novamente, homens fumam mais do que mulheres e mais da metade dos entrevistados (53,4%) apresentam um grau de severidade de dependência baixo ou muito baixo.
A maioria das pessoas que já fizeram uso do tabaco indicaram a adolescência como a faixa etária de primeiro contato com a droga (78,83%). Grupos afro-brasileiros e afrodescendentes apresentaram maior dependência e o número dobra entre indivíduos solteiros com renda baixa.
Venda Nova é a terceira Regional com menor prevalência (39,5%) do uso de tabaco na vida, precedida por índices menores na Nordeste (35,4%) e Oeste (34,7%’). As maiores taxas estiveram nas Regionais Leste e Norte (ambas com 44,4%), Pampulha (44,2%), Centro-sul (43,6%), Barreiro (40,1%) e Noroeste (39,7%). Além disso, segundo relatório, a Região de Venda Nova foi a que apresentou o maior número de pessoas largando o tabagismo (13% de ex-tabagistas)

Drogas ilícitas
De acordo com o relatório, em Belo Horizonte, a prevalência do uso de drogas ilícitas foi de 15%. As drogas que tiveram maior consumo foram maconha (uma em cada 10 pessoas) e cocaína (uma em cada 20 pessoas). Alucinógenos e inalantes tiveram, respectivamente, consumos três e duas vezes maiores do que a média nacional. O crack também ficou acima (1,4%). Além disso, 50% das pessoas que já experimentaram drogas, fizeram uso de mais de um tipo.
Quando o assunto é a preponderância do uso de drogas ilícitas na vida, Venda Nova apresentou o menor índice (10,8%), quase 100% inferior ao maior, que foi encontrado na Regional Centro-sul (21,7%). Entre as mulheres, a região é, também, a que tem menos prevalência (4,8%). Em resumo, são menos vendanovenses a experimentarem e ficarem expostos ao uso de drogas ilícitas na vida do que no restante da cidade.

De acordo com o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), as drogas ilícitas que menos estão expostas à experimentação são o crack e os estimulantes. Veja abaixo o quadro de drogas ilícitas com suscetibilidade ao primeiro uso na cidade em comparação com o Brasil.

Já com respeito à quantidade de dependentes na capital, indivíduos que fazem uso nocivo, Venda Nova não é a menor taxa, mas a quarta na lista (2%), ficando acima da Pampulha (1,9%), Nordeste (1,5%) e Oeste (1,4%) e abaixo da Centro-sul (2,6%), Noroeste (2,9%) e Norte e Leste (ambas com 3,9%).
Fontes de pesquisa
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