

Muito esperadas, mas demoradas. As obras para tratamento de fundo de vale da bacia do Córrego do Nado, que compreendem trabalhos nos córregos Lareira e Marimbondo, os quais influenciam nas cheias do Vilarinho, estavam paradas desde 2011. Caminharam burocraticamente até 2014, mas voltaram a estacionar. Em 2018, as movimentações voltaram, licitações reabriram e em maio de 2019 as obras de fato começaram.
A empresa vencedora da licitação, Engibras, recebeu da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) o prazo de 540 dias para entrega da obra pronta, a partir da primeira ordem de serviço. Porém, com mais 100 dias de atraso, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) emitiu novo prazo para o término, adiando para o fim de 2021 o fim das intervenções.
Questionada sobre o motivo do adiamento, a Sudecap, em nota, respondeu que houve reprogramação das datas por causa dos processos de desapropriação:
“A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), informa que a primeira etapa das obras para controle de cheias e inundações na região de Venda Nova foram iniciadas em maio de 2019 e contempla o tratamento de fundo de vale da bacia do Córrego do Nado, atuando nos córregos Marimbondo (bairro Santa Mônica) e Lareira (bairro São João Batista). Os trabalhos são conduzidos pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e estão sendo feitas redes de drenagem, redes interceptoras de esgoto, obras de urbanização e construção de duas bacias, com algumas frentes de trabalho já concluídas.
A expectativa é de que, ao regular as vazões dos córregos Marimbondo e Lareira, melhora-se a capacidade de escoamento do córrego Vilarinho. Nesta primeira etapa estão sendo investidos aproximadamente R$ 40 milhões, recursos repassados pelo Programa de Aceleração do Crescimento, com contrapartida do Fundo Municipal de Saneamento. A Sudecap esclarece ainda que o cronograma foi reprogramado em função do andamento dos processos de desapropriações. A previsão de conclusão é para o final de 2021.”
Obs.: nota liberada para uso de outros veículos de comunicação.
Veja abaixo a linha do tempo das obras na bacia do Córrego do Nado, nos Bairros São João Batista e Santa Mônica.
Chuvas de fevereiro demonstraram a que vieram
Conforme a Defesa Civil de Belo Horizonte, o acumulado de chuvas (milímetros) em fevereiro até as 11h desta segunda-feira (08), já ultrapassou o esperado pela média climatológica do mês: 181,4 mm.
Somente em Venda Nova, nos primeiros dias de fevereiro, choveu cerca de 38% a mais do que estava previsto para o mês inteiro:
- Barreiro: 161,8 (89,2%)
- Centro-Sul: 234,6 (129,3%)
- Leste: 193,8 (106,8%)
- Nordeste: 206,4 (113,7%)
- Noroeste: 225,2 (1124,1%)
- Norte: 187 (103,1%)
- Oeste: 178,4 (98,3%)
- Pampulha: 200 (110,2%)
- Venda Nova: 233,2 (128,5%)
Fonte: Defesa Civil de Belo Horizonte
Média Climatológica FEVEREIRO: 181,4 mm
Ainda, de acordo com a Defesa Civil, entre os dias 06 e 08 de fevereiro, houve o registro, até o momento, de 131 solicitações de vistorias pelo telefone 199. A maioria dos pedidos era para imóveis particulares nas regionais Noroeste e Centro-Sul.
Ao todo, até o momento, foram:
- Alagamento 12
- Danificação ou destruição de edificações 3
- Desabamento de telhado 2
- Desabamento parcial de muro de arrimo 11
- Deslizamento de encosta 12
- Enchentes ou inundações 15
- Infiltração 11
- Queda de material 4
- Trincas 18
- Risco de danificação ou destruição de habitações 5
- Risco de desabamento de muro de arrimo 12
- Risco de deslizamento de encosta 12
- Risco ou ameaça de alagamentos 2
- Risco ou ameaça de enchentes ou inundações 3
Implicações
Recentemente, o Jornal Norte Livre também publicou que as obras para contenção das cheias do Córrego Vilarinho estavam na 3ª etapa de andamento e que teriam prazo de 36 meses para término da nova fase. Desse modo, as intervenções, dependendo da empresa vencedora da licitação, podem não terminar antes de 2024 — último ano do segundo mandato do prefeito Alexandre Kalil (PSD).
A 3ª etapa das obras no Córrego Vilarinho compreendem a construção de dois reservatórios de água importantes para mitigação das cheias na região.Contudo, com esse espaço de tempo, o morador de Venda Nova precisaria enfrentar, ao menos, mais três temporadas de chuvas, as quais, segundo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), por meio da Seção de Análise e Previsão do Tempo ( Sepre), do quinto distrito de meteorologia de Minas Gerais, presente em Belo Horizonte, acontecem na Região Sudeste entre os meses de outubro e março.